• Iberoamérica
• /
• v.11 no.1
• /
• pp.39-70
• /
• 2009

Este estudo tem por objetivo analisar, do ponto de vista da alquimia, O Alquimia, considerado uma das obras mais representativas do escritor brasileiro Paulo Coelho. Para tanto, começamos a observar as características da alquimia à qual o próprio autor disse que dedicava 11 anos para estudá-la por volta da década de 1970 quando o mundo estava sofrendo grandes mudanças sociais. Desta observação, entendemos que, sendo uma projeção do 'inconsciente' conforme diz C. G. Jung, a essência da alquimia consiste resumidamente nos seguintes conceitos: união de elementos opostos, transformação e salvação. A partir daí, tentamos estudar como esses coneitos estão diluídos na estrutura de O Alquimia e como a experiência do Paulo Coelho com a alquimia interioriza-se no mundo literário dele. E entendemos que os conceitos simbólicos da alquimia e as mensagens que a experiência do escritor com a alquimia configura em suas obras literárias compartilham a quase mesma dimensão semântica. Percebemos também que em alguns aspectos as idéias do escritor consolidadas em torno da sua pesquisa da alquimia vão às vezes além dos conceitos genéricos da alquimia, atingindo assim uma dimensão bastante peculiar e fundamental para compreender melhor o seu universo literário: para ele que se declara católico, Deus não é católico nem islâmico, nem budista, nem hinduista. Por exemplo, ele diz que Deus é um só e é que o Seu nome varia dependendo da religião, porque cada religião precisa escolher um nome para chamá-lo.